terça-feira, 28 de agosto de 2018

PKK, Estado Unidos e o processo de Astana

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Tendo em vista o descaso das Nações Unidas* no caso dos refugiados sírios e dos aliados da Otan, em especial a "traição" dos Estados Unidos devido ao suporte aéreo dado a supostos grupos terroristas, separatistas curdos, inimigos há décadas da Turquia. Em um clima de cada vez mais afastamento dos aliados ocidentais, além da baixa expectativa de sucesso das nações unidas, criou-se em 2016 o processo de Astana.

Em poucas palavras, o processo de Astana é organizado com a Turquia sendo responsável por supervisionar os opositores de Assad e o Irã/Rússia as forças do governo, a ideia foi criar zonas de desescalada, onde todo o armamento é retirado. Mesmo que haja paz zona por zona, ou seja, um processo extremamente lento, tem tido resultados satisfatórios.

Fique esperto, quando estamos falando de OTAN e EUA estamos basicamente falando de aliados do arco sunita, ou seja, reafirmando sua visão anti-xiita, logo anti-Assad. No processo de Astana os dois lados entram em um diálogo com duas das três potências da região. Importante notar que: O Irã é o líder natural Xiita e a Turquia concentra cerca de 20 milhões de curdos (maioria sunita), além da ligação histórica com o Império Otomano.


Imagem da Internet

Antes disso, houve em 2014 a entrada os Estados Unidas na guerra, com a uma considerável ajuda deles o Estado Islâmico perdeu grande parte de seu território, mas as suas alianças curdas darão conta de desestabilizar sua relação com a Turquia. Hoje, a Síria está basicamente dividida entre o governo da Síria e o PKK/YPG (curdos sírios e turcos), grupos de quem há mais de trinta anos a Turquia vem sofrendo ataques e mesmo assim os Estados Unidos deram suporte militar a eles com a desculpa de combater o Estado Islâmico.

The terror group, backed by U.S. air support, increased its occupation in Syria from 51,379 to 45,967 square kilometers, boosting its area of dominance from 25 percent to 27.7 percent. Anadolu

Nem mesmo irei entrar no mérito se o PKK/YPK é ou não um grupo terrorista, mas, como um membro de suma importância para a Otan, que os classifica como terroristas; a ajuda dos Americanos como demonstrado no vídeo acima gerou um sentimento de "traição" por parte da Turquia.

NATO Secretary-General Jaap de Hoop Scheffer said on Monday in Ankara that the Kurdish Workers' Party (PKK) was certainly a terrorist organization.
De Hoop Scheffer, who is currently paying a working visit to Ankara, made the remarks at a news conference after his meeting with Turkish Prime Minister Recep Tayyip Erdogan. People
A figura de dois "inimigos dos EUA" aparecem fortemente ao lado da Turquia: A Rússia e Irã, que nos faz lembrar do chamado "Neo-Otomantismo", onde a turquia muda seu posicionamento de coadjuvante na Europa para tornar-se um gigante no oriente médio, essa prática parece ter suas primeiras consequências, que do ponto de vista geo-político é uma grande perda para o Ocidente, mas um extraordinário ganho para o arco xiita e aliados, tendo em vista que uma provável saída da Turquia da Otan ganha cada vez mais força, tendo em vista que o país da anatólia continuará a combater o PKK, lembrando que recentemente ouve uma batalha que cuminol com o domínio de grande parte do território Sírio de Afrin por parte do exército Turco, sinalizando que o processo de Astana é muito mais do que apenas uma reunião e sim a mudança de posicionamento de um país nas relações internacionais, a patética guerra econômica Turco-Americana é um exemplo disso.
Em 20 de janeiro, a Turquia lançou a operação militar Ramo de Oliveira contra os curdos na região síria de Afrin, visando "limpar" a fronteira turca das Unidades de Proteção Popular curdas (YPG). Ancara afirma que as YPG estão ligadas ao PKK, considerado como organização terrorista na TurquiaSputnik

*A ONU tem diversos projetos para a paz na Síria como o tratado de genebra, mas para os países do processo de Astana não é o suficiente, porém isso poderá mudar nas próximas rodadas que possivelmente terá um representando das Nações Unidas. Anadolu

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